O eletrônico faz parte da nossa rotina diária, utilizamos para tudo, para alguns é impossível viver sem, motivo de status, gerador de crise de ansiedade, problema financeiro e vício. Alguns equipamentos chegaram a valores absurdos, chegando a ocupar uma boa parte da renda familiar, quem gosta de parcelar compras já tem uma fatia reservada para o novo celular ou equipamento recém lançado.

Sempre gostei de tecnologia, iPhone, iPad, Xbox, tudo isso faz parte da minha rotina, sou um early adopter, sinto prazer em testar novas tecnologias o quanto antes, não necessariamente seguir certas tendências, não tenho tempo nem paciência para idiotices cíclicas que não agregam valor, mas um novo celular, com tela que possui uma resolução melhor ou alguma função que vai me trazer algum benefício, pode ter certeza que esperarei ansiosamente pela nova versão.

Algo que me fez mudar com vários fatores que aconteceram nos últimos anos foi não se apegar ao perfeccionismo de algo novo, era uma pessoa que evitava arranhões e danos aos equipamentos a todo custo, inclusive de ficar com cara fechada caso acontecesse algo com minhas preciosas aquisições. Sou conhecido por ser uma pessoa que utiliza algo por vários anos e sempre vai ter a aparência de que acabou de sair da caixa, vários amigos pedem para entrar na fila caso eu resolva vender algo. Motivo de orgulho que pode levar a vários sentimentos ruins caso não siga como esperado.

Literalmente controlamos pouco nessa vida, quando se trata de fatalidades, controlamos nada, por isso que se chama de fatalidade. Além disso, não podemos voltas atrás, refazer o que foi feito, restaurar algo danificado. Já que aconteceu e você não teve controle, vale o aborrecimento? 

Estou aprendendo com o fato que mesmo que a gente tenha zelo, não garantimos 100% a integridade de algo, tudo que tem uso é sujeito a algum tipo de dano, equipamento sem desgaste é equipamento sem uso, simples.

Uns dias atrás fui mudar a cama de posição no quarto e tive que deixar ela levantada, por um breve descuido acabou escorregando, quando fui ligar a TV e notei que o pé da cama tinha batido no meio da tela e danificou totalmente, era necessária uma TV nova, fiquei uns dias pensativo, aversão a perda atuando massivamente na minha cabeça, sentimento de culpa e ao mesmo tempo pensando na necessidade de substituir o equipamento por um novo. Até minha esposa comentar, já quebrou, depois a gente substitui, quando for necessário.

No outro dia foi o iPad, novinho, estava arranhado devido a combinação de poeira com o teclado em contato direto com a tela, mas dessa vez foi diferente, olhei e pensei que é natural do uso constante, bola para frente.

O que levo com tudo isso é que nada dura para sempre, devemos aproveitar os equipamentos de uma maneira que traga benefícios e não sentimento de culpa. Lembro uma vez que um autor comentou em um dos livros que li nos últimos anos que quando amassamos nosso carro ficamos apreensivos até o momento que levamos para a oficina, mas quando alguém amassa a lata de lixo não damos a mínima, o fato do que alguém pode ver e comentar que você está usando seu objeto de status danificado é algo inadmissível, não é a toa que meu carro está todo amassado, para mim tem o mesmo significado que a lata de lixo, servir um propósito de levar do ponto a ao ponto b. Mas os outros equipamentos eram diferentes, tinham que estar brilhando… tinham, não mais.

É libertador saber que um bem material não define a nossa personalidade, dinheiro é feito para resolver problemas, não para criar outros, se não é assim para você, então é melhor rever alguns conceitos. Além disso, perder faz parte da vida e nada dura para sempre, quer que a gente queira ou não. Faça a sua parte, cuide do que é seu, não há nada mais que você possa fazer.

Milan Kundera escreveu no livro a Insustentável leveza do ser que a felicidade é o desejo da repetição, que o tempo humano não anda em círculo, mas avança em linha reta, por isso que o homem não pode ser feliz. Fazendo uma associação com a nossa zona de conforto, ter uma vida cíclica é cômoda, mas não espere evolução. Fazer a mesma coisa e esperar resultados distintos é pura ilusão, de vez em quando me pego nessa falsa sensação de evolução, por isso que digo que o conforto é uma zona!⠀
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Quando retornei ao Brasil pela segunda vez, não tinha muita perspectiva de novos projetos, tinha perdido todos meus contatos do meio profissional. Após algumas semanas recebi uma proposta de trabalhar em uma área que nunca tive familiaridade, meu reflexo inicial foi dizer que não sabia, não podia e nem tinha como, vieram dezenas de desculpas para não fazer algo que eu não dominava, foi um pavor intelectual que me dominou, o erro de fracassar é mais forte do que a vontade de aprender e isso nos deixa angustiado. Após uma sincera reflexão vi que era importante aceitar esse desafio, seria o começo de uma nova carreira.⠀
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Ter aceitado um trabalho que eu não dominava me fez aprender que nossas limitações são covardes, nossa mente é negativa, preguiçosa e quer economizar energia a qualquer custo, outro aspecto que atrapalha nossa vida é a vergonha de errar e de dizer que não sabe algo, o orgulho é o pior empecilho para a sua evolução, claro que não vou aceitar ser piloto de avião achando que vou aprender estudando um pouco, precisamos saber nossas limitações técnicas, mas algo que está no nosso controle, claro que devemos aceitar, o que você tem a perder?⠀
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Essa semana fui convidado a ministrar aula em uma pós, meu instinto inicial foi dizer que não, mas eu parei para ter uma visão em terceira pessoa do meu comportamento e pensei no quanto estava sendo absorvido pela zona de conforto, o quanto estava cômodo fazer o que sempre faço com a esperança de ter um resultado diferente, após uma autocrítica, vi que realmente esse comportamento não combina comigo, nem de zona eu gosto, ainda mais uma zona chamada de conforto. 

Quando estava na época de fazer o vestibular, fui encaminhado a uma entidade que auxiliava estudantes na escolha profissional, algo complexo para um adolescente de 16 anos de idade, mas que iria definir o meu futuro, pelo menos era o que eu pensava na época. Um dos exercícios era escrever em uma folha em branco como a gente se via 20 anos depois, para ter uma visão do futuro, saber o tão esperado destino da vida adulta.⠀
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Sempre gostei de tecnologia e esportes, minha profissão ficaria em um desses campos, algo totalmente tendencioso para o lado da Educação Física, já que meus pais, irmão e tios eram professores da Universidade Federal ou professores esportivos. Minha mãe conversava sempre comigo e dizia das dificuldades que a profissão trazia, por isso e pelo fato de ter muita facilidade com tecnologia acabei indo para a área tecnológica.⠀
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Vinte anos depois, achei a folha que tinha escrito aos 16, lá tinha: profissional de tecnologia e com negócios da área de educação física (era empreendedor e não lembrava), algo que está encaminhando no momento atual da minha vida, fiquei feliz ao ver que estava seguindo o que meu “inexperiente eu queria que eu fizesse.⠀
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Toda essa reflexão me faz reforçar o quanto foi importante desenhar a minha própria vida para que ela suportasse os meus objetivos. Importante ter um sonho, um objetivo, mas a prioridade deve ser o processo, como chegar até lá.⠀
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Antes de receber a faixa preta de Jiu-Jitsu eu tinha um cronograma específico de como chegar nela, treinar sempre duro, estando machucado ou não, nunca desistir, com prazo de tempo (algo que não interessa na graduação, tudo depende da visão do seu professor, ele que é o experiente, não você). Quando peguei a faixa preta veio a pergunta na minha cabeça: – E agora? Qual próximo objetivo? Estava sem ter a motivação que tinha antes por não focar no processo, mas sim no objetivo. Hoje vejo o quanto fui imaturo, sempre deveria ter treinado para ter um Jiu-Jitsu melhor, a faixa seria a consequência do processo.⠀
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Isso tudo serve para alcançar seus objetivos e manter a motivação (não espere a motivação para fazer algo, não se iluda), a fórmula que podemos utilizar é: sucesso -> motivação -> mais sucesso -> mais motivação -> mais sucesso = Ser quem você é. 💡 ⠀
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Não espere a motivação, faça com que o processo gere resultado e com isso vá atrás dos seus objetivos, tem pessoas que esperam a vida inteira pela motivação para começar a agir, aí que mora o perigo de ver a sua vida passar e não conquistar nada concreto. Foque no processo e deixe o resultado como o norte, não como a bússola.⠀
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Até a próxima.

Estava lendo o livro Hábitos Atômicos do James Clear e observei como o ser humano tem problemas com o básico, todos sabem o que faz bem ou mal, mas poucos realmente conseguem seguir uma rotina. Ter hábitos saudáveis é algo que parece mais raro do que achar o pote de ouro no final do arco-íris. 

 O livro fala sobre a importância de ganhos marginais (pouco constante) que fazem uma enorme diferença a longo prazo. Estamos em uma época que queremos resultados significativos de forma imediata, caso isso não ocorra, a frustração toma conta e desistimos de qualquer tipo de mudança.

Seus hábitos são a incorporação da sua identidade. Mude 1% por dia e terá uma surpresa significativa em alguns meses. Para você ter noção, pequenas mudanças foram fundamentais para tornar o Ciclismo da Inglaterra, que era medíocre, em uma potência mundial, em apenas alguns anos, tudo isso com pequenas mudanças (tamanho do capacete, óleo para massagem correto, etc.). Evolua pouco e regularmente, a constância é fundamental para a evolução. 

Esse livro pode ser considerado uma atualização do livro “o poder do hábito” do Charles Duhig, traz conhecimentos importantes para quem quer ter uma vida melhor, inclusive com pequenos hacks que vão te ajudar, mesmo que seja pouco, mas garanto que será constante e significativo. 

 Gosto da tecla do básico bem feito, isso vale para tudo na vida, inclusive para os hábitos, querer mudar tudo do dia para a noite é traumático, vá com calma seja constante, lembre que a constância é que determina a sua evolução. 

 Até a próxima.

Vamos dividir as demandas em três níveis: demanda básica, demanda conhecida e a demanda complexa.

Focamos no conhecido por estar na nossa zona de conforto, o básico não precisa ser estudado por ser básico e o complexo, como o nome já diz, deixa para o especialista, não é?

O que acha de ter uma base sólida na sua área de atuação? Fazer um básico bem feito.

Como podemos fazer o básico bem feito? Independente da sua função, a sua atividade é fundamental para a harmonia da empresa, na excelência da prestação de um serviço.

Pense agora quando você foi bem atendido em uma loja ou restaurante e pensou em voltar nesse local. Que você teve um atendimento tão bom que ficou gravado na sua memória? O que vem na sua mente?

Subestimar o básico é o primeiro erro que cometemos na prestação de um serviço. Levando para o esporte, os melhores atletas são aqueles que fazem o básico tão bem feito que o complexo parece fácil.

Pensando assim, vamos valorizar o básico, ser educado, tratar bem, prestar um serviço da maneira que gostaríamos de receber esse serviço, o básico está sendo esquecido em um mundo que todos querem atalhos e mostrar que sabem fazer algo complexo.

Faça o básico bem feito e o resto será consequência.